18/08/2014
Comitês estão preparados para ajudar no abaixo-assinado por uma nova legislação que democratize o setor
Escrito por: Isaias DalLe/ CUT-SP
Os comitês de
organização do Plebiscito Popular da Reforma Política, em diversas regiões do
Brasil, já estão empenhados em divulgar e colher assinaturas, também, para a
proposta de democratização da comunicação de massa no País.
A votação do
plebiscito pela reforma política vai ocorrer na semana de 1º a 7 de setembro,
mobilizando milhares de pontos de coleta e também recebendo votos pela internet.
Os comitês organizadores – que já passam de mil – e os militantes que vão
trabalhar durante a semana de votação preparam-se para debater com as pessoas a
necessidade de mudar não somente o sistema político, mas igualmente as leis que
tratam do sistema de comunicações nacional.
Um panorama de como
está sendo organizada a mobilização em torno da semana de luta pelas duas
campanhas foi apresentado na noite de sexta-feira, 15, durante debate organizado
pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), na sede do
Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
Faltam só
15 dias
“Nossa campanha
incorporou o tema da comunicação e essa unidade é muito importante. Pedimos a
vocês, que militam na área da comunicação, que também coloquem a estrutura e os
espaços disponíveis para trabalhar as duas bandeiras daqui até setembro. Faltam
só 15 dias”, afirmou Lucas Pelissari, da Secretaria Nacional do Plebiscito e
integrante do Levante Popular.
A decisão de unir esforços pelas duas bandeiras havia sido divulgada pelos movimentos sociais durante a 14ª Plenária Nacional da CUT, no final de julho.
A decisão de unir esforços pelas duas bandeiras havia sido divulgada pelos movimentos sociais durante a 14ª Plenária Nacional da CUT, no final de julho.
“A luta pelo
Plebiscito da Reforma Política tomou uma dimensão tão grande que nos serve de
exemplo de como o tema da comunicação precisa e pode ser espalhado e debatido,
inclusive para além das nossas entidades e dos grupos organizados”, comentou
Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e integrante da
Coordenação
Executiva do FNDC.
Executiva do FNDC.
‘Espraiar e
acolherar’
“Quando a luta nos
escapa dos dedos e se espalha, é a coisa mais linda que tem”, disse ainda. “Vou
usar aqui uma expressão gaúcha para definir o que nós temos de fazer: ‘Tem de
espraiar e acolherar’. O tema das comunicações tem de extrapolar nosso círculo
de debates, ganhar a opinião pública, enquanto nós devemos manter a dianteira do
debate, garantindo o rumo”.
O momento para a
sinergia das duas bandeiras é propício, segundo a perspectiva do professor
Laurindo Leal Filho, um dos debatedores. Ele lembrou que a última vez em que o
debate sobre o sistema de comunicação de massas no Brasil foi levado pelos
movimentos sociais com força ao Congresso foi justamente durante os trabalhos da
Constituinte de 1988.
“Como agora, quando
pleiteamos uma reforma do sistema político por meio da convocação de uma
Constituinte exclusiva”, lembrou. “Os dois assuntos estão profundamente ligados.
Para se ter uma ideia, basta imaginar o grau de contaminação que a mídia
tradicional vai inocular no debate da reforma política após conseguirmos
realizar o plebiscito com sucesso”, alertou.
Contra o
monopólio
“São duas pernas de
uma mesma luta”, completou Bia Barbosa, integrante do Intervozes e da
Coordenação Executiva do FNDC. Para ela, o período eleitoral impõe mais um
desafio. “É triste que nenhum candidato à Presidência esteja debatendo a questão
da democratização da comunicação. Portanto, quem tem de levantar essa bandeira
durante a campanha somos nós”.
O FNDC realiza
neste sábado, 16, com a presença de suas representações regionais, o encontro do
Conselho Deliberativo, para decidir novas ações rumo à semana de votação do
plebiscito e da coleta de assinaturas em defesa de um novo marco legal para as
comunicações de massa no Brasil.
A luta pela
democratização das comunicações no Brasil parte da constatação de que,
contrariando a Constituição brasileira, os grandes veículos de mídia estão
concentrados na mão de poucos grupos empresariais, que impedem a livre
circulação de idéias e a representação da multiplicidade de valores presentes na
sociedade. E que esse monopólio age como se estivesse acima da lei, distorcendo,
ocultando ou forjando informações para iludir ou manipular a opinião
pública.
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