Nesta terça-feira (12) começou, em São Paulo, o
Encontro do Macrossetor Comércio, Serviços e Logística da Central Única dos
Trabalhadores (CUT). O primeiro dia de evento contou com a participação de 400
pessoas entre trabalhadores das bases, direção da CUT e federações, além de
convidados. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Seviços da
Cut (Contracs-CUT) participa do debate com 40 sindicalistas do ramo.
A mesa de abertura foi composta por Vagner Freitas,
presidente da CUT; Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT; Juvandia Moreira,
presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Carlos
Cordeiro, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf); Alci Matos Araujo, presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores no Comércio e Serviço (Contracs); Franklin Moreira Gonçalves,
presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU); Regina Perpétua Cruz,
secretária de assuntos das Mulheres da Confederação Nacional dos Vigilantes
(CNTV) e Eduardo Lírio Guterra, vice-presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes (CNTT).
Durante a abertura, os membros da mesa destacaram a
importância de cada ramo e demonstraram grande expectativa com o encontro. E
parabenizam a iniciativa da direção da CUT em promover os encontros dos
Macrossetores, pois faz com que a relação entre esses ramos seja ainda melhor.
A primeira mesa do dia teve como tema: Crise
econômica internacional, economia brasileira, emprego e relações do trabalho no
setor terciário. E foi composta por Antonio Correa Lacerda, Professor da
PUC, como expositor do tema; Carlos Cordeiro e Alci Matos Araujo, presidentes
da Contraf e Contracs, respectivamente, como debatedores e Luis Nassif,
jornalista, como mediador.
Lacerda começou sua apresentação exibindo dados da
economia global e mostrou que esta é uma fase que deve ser aproveitada e
investimentos devem ser feitos. Para ele, "é o momento de inserir o Brasil
na economia mundial, já que é uma fase onde o crescimento está baixo."
O expositor também deixou claro que apesar dos
setores de comércio e serviço estarem em constante crescimento, principalmente
a partir dos anos 80, a produção na indústria está cada vez menor. Para o
professor, pelo fato da produção industrial ser a responsável por grande parte
do crescimento econômico, sem esta todos os demais setores do Macrossetor
perdem espaço.
Alci levou ao debate algumas das bandeiras de luta
da Contracs e reconheceu que apesar do potencial econômico desses setores no
Brasil, ainda falta muito para que haja qualidade nas condições de trabalho.
Outra discussão levada ao debate foi sobre a
informalidade e a alta rotatividade. Ao que Cordeiro comentou: "A alta
rotatividade não se dá pela falta de qualificação dos trabalhadores. As
empresas terceirizam para cortar custos, desqualificando a mão-de-obra."
Já o presidente da Contracs destacou que "é
preciso buscar regulações das categorias, principalmente na terceirização.
Ainda há muito emprego informal do setor de serviços, a exemplo da categoria
das domésticas."
O debate foi aberto ao público com espaço para
perguntas e comentários.
Durante a tarde ocorreu a mesa: Estado como indutor
do desenvolvimento e como agente regulador. E contou com a participação de
Paulo Henrique Amorim, jornalista, como mediador; Anselmo Luiz dos Santos,
professor da Unicamp, como expositor e Raquel Kacelnikas, secretária-geral do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Valeir Ertle, secretário
de organização e políticas sindicais da Contracs; Carlos Silvestre, assessor
político da CNTT; Fiorella Macchiavello, técnica da subseção do Dieese
na Federação Nacional dos Portuários e Gustavo Teixeira, técnico da
subseção do Dieese da FNU, como debatedores.
A mesa buscou traçar um perfil da economia no
Brasil. Tratou da necessidade de financiamentos para aumentar a produção
industrial, alterando a atual conjuntura econômica, onde o que ocorre é um
processo de desindustrialização.
Fiorella abordou o tema do dinamismo no setor de
serviços. Com enfoque no setor de transportes, a técnica do Dieese também
abordou o tema da MP 595, que é uma ideia do governo para reduzir tarifas
através de alterações nas regras em portos públicos e privados.
Ertle, da Contracs, falou sobre a importância do
debate do Macrossetor, dando ênfase ao fato de que o ramo de comércio e
serviços é um dos maiores dentro da CUT. Lembrou setores da base da
confederação como os hoteleiros e as domésticas, que vêm ganhando cada vez mais
espaço e necessitam de melhorias nas condições de trabalho e uma ampliação de
seus direitos como trabalhadores e trabalhadoras.
O encontro vai até essa quarta-feira (13) e no
segundo dia estão previstas atividades em grupos para apresentação de propostas
com base nas mesas dessa terça. Ao final do encontro uma agenda será
apresentada e uma coordenação será definida para o Macrossetor. Além disso, a
pauta retirada do encontro deve ser entregue à presidente Dilma Roussef.
Nenhum comentário :
Postar um comentário