sábado, 16 de março de 2013

Macrossetor debate comércio, serviço e logística em São Paulo



Nesta terça-feira (12) começou, em São Paulo, o Encontro do Macrossetor Comércio, Serviços e Logística da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O primeiro dia de evento contou com a participação de 400 pessoas entre trabalhadores das bases, direção da CUT e federações, além de convidados. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Seviços da Cut (Contracs-CUT) participa do debate com 40 sindicalistas do ramo.

A mesa de abertura foi composta por Vagner Freitas, presidente da CUT; Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT; Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Carlos Cordeiro, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf); Alci Matos Araujo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço (Contracs); Franklin Moreira Gonçalves, presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU); Regina Perpétua Cruz, secretária de assuntos das Mulheres da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Eduardo Lírio Guterra, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT).
Durante a abertura, os membros da mesa destacaram a importância de cada ramo e demonstraram grande expectativa com o encontro. E parabenizam a iniciativa da direção da CUT em promover os encontros dos Macrossetores, pois faz com que a relação entre esses ramos seja ainda melhor.
A primeira mesa do dia teve como tema: Crise econômica internacional, economia brasileira, emprego e relações do trabalho no setor terciário. E foi composta por Antonio Correa Lacerda, Professor da PUC, como expositor do tema; Carlos Cordeiro e Alci Matos Araujo, presidentes da Contraf e Contracs, respectivamente, como debatedores e Luis Nassif, jornalista, como mediador.
Lacerda começou sua apresentação exibindo dados da economia global e mostrou que esta é uma fase que deve ser aproveitada e investimentos devem ser feitos. Para ele, "é o momento de inserir o Brasil na economia mundial, já que é uma fase onde o crescimento está baixo."
O expositor também deixou claro que apesar dos setores de comércio e serviço estarem em constante crescimento, principalmente a partir dos anos 80, a produção na indústria está cada vez menor. Para o professor, pelo fato da produção industrial ser a responsável por grande parte do crescimento econômico, sem esta todos os demais setores do Macrossetor perdem espaço.
Alci levou ao debate algumas das bandeiras de luta da Contracs e reconheceu que apesar do potencial econômico desses setores no Brasil, ainda falta muito para que haja qualidade nas condições de trabalho.
Outra discussão levada ao debate foi sobre a informalidade e a alta rotatividade. Ao que Cordeiro comentou: "A alta rotatividade não se dá pela falta de qualificação dos trabalhadores. As empresas terceirizam para cortar custos, desqualificando a mão-de-obra."
Já o presidente da Contracs destacou que "é preciso buscar regulações das categorias, principalmente na terceirização. Ainda há muito emprego informal do setor de serviços, a exemplo da categoria das domésticas."
O debate foi aberto ao público com espaço para perguntas e comentários.
Durante a tarde ocorreu a mesa: Estado como indutor do desenvolvimento e como agente regulador. E contou com a participação de Paulo Henrique Amorim, jornalista, como mediador; Anselmo Luiz dos Santos, professor da Unicamp, como expositor e Raquel Kacelnikas, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Valeir Ertle, secretário de organização e políticas sindicais da Contracs; Carlos Silvestre, assessor político da CNTT; Fiorella Macchiavello, técnica da subseção do Dieese na Federação Nacional dos Portuários e Gustavo Teixeira, técnico da subseção do Dieese da FNU, como debatedores.
A mesa buscou traçar um perfil da economia no Brasil. Tratou da necessidade de financiamentos para aumentar a produção industrial, alterando a atual conjuntura econômica, onde o que ocorre é um processo de desindustrialização.
Fiorella abordou o tema do dinamismo no setor de serviços. Com enfoque no setor de transportes, a técnica do Dieese também abordou o tema da MP 595, que é uma ideia do governo para reduzir tarifas através de alterações nas regras em portos públicos e privados.
Ertle, da Contracs, falou sobre a importância do debate do Macrossetor, dando ênfase ao fato de que o ramo de comércio e serviços é um dos maiores dentro da CUT. Lembrou setores da base da confederação como os hoteleiros e as domésticas, que vêm ganhando cada vez mais espaço e necessitam de melhorias nas condições de trabalho e uma ampliação de seus direitos como trabalhadores e trabalhadoras.
O encontro vai até essa quarta-feira (13) e no segundo dia estão previstas atividades em grupos para apresentação de propostas com base nas mesas dessa terça. Ao final do encontro uma agenda será apresentada e uma coordenação será definida para o Macrossetor. Além disso, a pauta retirada do encontro deve ser entregue à presidente Dilma Roussef.

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