Você já preparou a lista do
supermercado para esse mês? Já sabe tudo o que precisa comprar, o melhor lugar,
os menores preços? Que bom! Mas você já parou pra pensar nas pessoas que trabalham
no supermercado que você costuma frequentar?
Pois bem, grandes, pequenos,
enormes, os supermercados têm coisas em comum. Todos são especializados em
vender produtos alimentícios, de higiene, de limpeza, de beleza, etc. E para
que funcionem, precisam de empregados para realizarem todas as tarefas
necessárias.
E, assim como em qualquer outro
local de trabalho, os empregados de supermercados merecem atenção em relação à
saúde e integridade física, segurança e melhorias no ambiente de trabalho, como
todos os outros. Vamos então analisar quais são os riscos presentes no
supermercado e de que forma os trabalhadores podem se prevenir.
A grande maioria dos setores do
supermercado envolve riscos ergonômicos. Como exemplos podem ser citados:
operador de caixa, estoquista, repositor de mercadorias, empacotador, etc. Os
riscos ergonômicos são descritos na Norma Regulamentadora 17 (NR 17), como pode
ser visto a seguir:
- “Esta Norma Regulamentadora
visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.
Ou seja, riscos ergonômicos são
aqueles relacionados a esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada,
controle rígido de produtividade, situação de estresse e jornada de trabalho
prolongada. E, curiosamente, esses riscos se enquadram naqueles presentes no
supermercado.
E quais seriam os problemas
enfrentados pelos trabalhadores, diante de cada risco desses?
• Esforço Físico e Levantamento
de Peso: No supermercado, a movimentação de produtos é intensa, e pode não ser
feita da maneira adequada.
Muitas vezes os trabalhadores
necessitam carregar produtos pesados, além do que sua estrutura física
suportaria.
Existem máquinas específicas para
efetuarem essa atividade, poupando assim o trabalhador. No caso em que seja
necessário o carregamento manual, o ideal é que os trabalhadores sejam
treinados quanto a melhor forma de fazê-lo, para que não prejudiquem sua saúde.
Caso contrário, veja alguns danos que podem ser causados:
- Problemas de coluna,
tendinites, pressão nos nervos, etc.
• Postura Inadequada: Esse é um
risco presente em quase todos os setores de trabalho. Muitas vezes o
trabalhador começa a jornada de trabalho “esticado”. Está bem disposto, com a
produtividade em alta, mas conforme as horas vão passando, acaba perdendo um
pouco de energia, o desempenho vai caindo, e consequentemente, a postura
“relaxa” e, sem perceber, o trabalhador acaba terminando o dia com uma postura
inadequada. Com o passar do tempo começa a notar dores no pescoço, na coluna,
nas pernas. Sente-se mais cansado em menos tempo, parece que seu rendimento não
é o mesmo de antes. E tudo isso é culpa da postura inadequada.
Veja algumas dicas para melhorar
esse problema, de acordo com a atividade executada:
- Operador de caixa: A utilização
de uma cadeira ergonomicamente correta, de acordo com o tipo físico de cada
trabalhador, o uso de apoio para os pés, o arranjo físico dos objetos
necessários para a realização do seu trabalho. Tudo deve ser arrumado de forma
prática e que cause o mínimo de esforço do trabalhador.
- Estoquista: Muitas vezes o
problema da postura inadequada nesse trabalhador não é nem sua culpa, mas sim,
devido à má organização do espaço físico. Prateleiras, armários, mesas, tudo
deve estar colocado de forma que facilite o trabalho, evitando fazer com que o
trabalhador fique (por exemplo) agachado por muito tempo para arrumar algo.
• Controle Rígido de
Produtividade: Se o empregador deve zelar pela integridade física e saúde dos
trabalhadores, exigir que estes trabalhem de forma incessante é agir de forma
oposta ao que dita à norma. Portanto, impedir que o trabalhador faça pausas
para se hidratar ou ir ao banheiro não é o ideal. Essa rigidez não traz aumento
de produtividade, pelo contrário, quem trabalha insatisfeito rende muito menos.
E nesse caso, veja o que pode acontecer ao trabalhador, que é banido de
realizar suas necessidades fisiológicas:
- Infecção urinária, dores,
desidratação, etc.
• Estresse e Jornada de Trabalho
Prolongada: Quando é exigido ao trabalhador prolongar a jornada de trabalho
muito além do previsto, acaba criando uma situação de estresse. Essa situação
pode causar uma série de danos à saúde do trabalhador, como:
- Problemas psicológicos,
ansiedade, aumento da pressão arterial, insônia, dores de cabeça, diminuição da
concentração, etc.
Alguns desses danos acarretam
problemas secundários, que muitas vezes são de difícil tratamento.
Portanto, para o bom desempenho
dos supermercados, a preocupação com a integridade física e saúde dos
trabalhadores deve vir em primeiro lugar!